Tudo é nada

Tudo é nada
Em um universo de secos e molhados
Somos os secos e os molhados
Desde o principio o homem quis
Entender sua raiz
E projetar no futuro Aquilo que bem quis
Somos o fogo e a água
Somos o amor e a magoa
Somos lua e flor
Neste universo de dor
Se seremos malandros e maldosos
Deus me livre, que isso é pecado.
Mesmo entre os sórdidos
Há um amor injustiçado
Um amor que acredita ser liberto
E outro que não admite ser disperso
Que tem amor a si próprio está certo
E quem não tem, também.
Quem soubesse de algum fato
Que antes não tivesse sabido
Então não seria proibido
Entrar pelo império da alma
desvendar todas da libido
E não tivesse punição da calma
Que as duas medidas sempre vem
E elas não permanecem
E é nisso que chamamos de labirinto
Que na verdade é tudo o que há
Que deveríamos selar
O equilíbrio do infinito
O ser humano e o melhor que há
Pois tem todos os sentimentos
Em pleno movimento para se contrariar
E não são nestes pensamentos
Que o contraditório se faz divino
Ta na hora de parar
De tentar desvendar
As explicações do mundo
Pois em menos de um segundo
Você a dele não pertencerá
Essa é a mentira que tentaram empurrar
Em nossas mentes
Para a vida não mais celebrar
E na alegria e no amor
Que acabamos com a dor
Nosso verdadeiro eu, não revelar
Viva o êxtase todo dia
Pois somente essa energia
É quem pode nos salvar


Rodrigo Sabará, setembro de 2005.

Nenhum comentário: